Um monte de texto solto. Alguns ruins, outros nem tanto.

Pelo meu direito de ouvir música cafona

Posted by on | |
*Publicado originalmente em Pra Nós, ROLA!

ca·fo·na 
adjetivo de dois gêneros
1. [Brasil, Informal]  Que ou quem revela falta de requinte, de bom gosto.




Eu gosto de música cafona. Mas eu gosto de verdade. Eu gosto de ir pra shows de covers de grandes sucessos do brega e cantar todas as músicas a plenos pulmões e chorar todas as dores de cotovelo possíveis e isso não é segredo pra ninguém. Ou pelo menos não é de uns tempos pra cá (bom, quem me segue no twitter, sabe).

É muito difícil conviver com toda a cagação de regra pseudo-cool dos dias de hoje, onde você não pode gostar daqueles pequenos momentos de libertação e nostalgia que, na maioria das vezes, só uma boa e velha canção, daquelas que pregam na sua mente, daquelas que grudam no coração e se agarram à ponta da língua podem te dar. 

Quero viver sem a obrigação sócio-moral de gostar daquela nova bandinha que tá todo mundo ouvindo só porque tá todo mundo ouvindo - ou daquela que não tem ninguém ouvindo só porque não tem ninguém ouvindo, pra manter um status de pessoa interessante. Eu prefiro ouvir aqueles bons hits dos anos oitenta, porque como uma deusa, eles já me mantém.

Música cafona é legal. É legal porque você conhece a letra inteira e numa festa com gelo e cuba livre, na vitrola tocando Whisky a Gogo, você se agarra com seus amigos e canta tudo a plenos pulmões. Pode ser com a bebida também, afinal de contas, eu bebo sim e tô vivendo, tem gente que não bebe e tá morrendo (claro que tudo de forma moderada).

Vamos nos libertar das amarras sociais de que só o que é de fora ou considerado clássico é bom e vamos nos apegar mais as garras desse amor gostoso que é a música cafona, por favor. Somos a favor de um mundo onde todo mundo pode ser o que quiser, respirando amor e aspirando liberdade. <3

Afinal de contas, como já disse Tom Hiddleston, num momento de iluminação e clarevidência, sobre a abominável expressão ~guilty pleasures~: "se você sente prazer, então não deveria se sentir culpado". E se me der na telha de passar o resto do meu dia cantarolando um axé das antigas, um samba de gaveta, um brega de raiz ou um funk em fim de carreira, eu irei. Porque, queridos, eu já passei da idade de ter vergonha de quem eu sou e do mix incoerente de estilos que formaram o meu caráter. 

E pra encerrar, deixo aqui uma playlist especial no Spotify pra vocês cantarem junto, pois eu sabe que aí dentro mora um pedacinho de um brega apaixonado, pois grandes canções não se acabam assim, como espumas ao vento.

0 Comentários: